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A mostrar mensagens de fevereiro, 2021

Por quem choramos

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Foto: Alda Carvalho   choramos quando nos emocionamos por alegria ou pura dor ou qualquer sentimento profundo que nos alaga e extravasa   choramos pelo real e pelo que imaginamos por desilusão ou perda do que amamos   choramos por raiva do que não conquistamos por idas sem retorno a lugares onde não fomos felizes choramos  por momentos almejados concretizados ou que não chegaram a acontecer   choramos água verdadeira dando escoamento a essa voz que se derrama sob essa forma primeira do nosso ser choramos pelo passado pelo presente pelo futuro ausente pelos outros quando a empatia surge mais forte Choramos no amor e na morte  mas no fundo  o choro é por nós    

arte involuntária

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Foto: Alda Carvalho   arte involuntária arte natural é na Natureza e no quotidiano que se abriga nos assombros e nos escombros da vida   um gesto um olhar um sorriso um encontro um voo uma cintilação são obras de arte que me comovem e me envolvem   pois é esta arte que me chama  me inflama e qual trampolim me revira e volta e me eleva assim

Aqui os extremos tocam-se *

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  Foto: J. Martins Carvalho Índia um mundo tão diferente Gente, gente e mais gente  caminha com gestos lentos  sem rumo aparente O inesperado e o inimaginável estão sempre presentes e  sobretudo o inenarrável                                                 É-se puxado para todos os lados                                                simultaneamente       O nosso coração quebra-se em pedaços         a todo o momento Aqui os extremos tocam-se  e coexistem simplesmente Impossível ficar indiferente  aos abismos e às  misturas  de cheiros, sabores e gentes Há uma constante exaltação dos sentidos que são elevados à sétima potência           ...

Sublime encantamento

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     Foto: Alda Carvalho   Subir ao ponto mais alto contemplar o precipício a grandiosidade do desconhecido do infindo do que está para além do que os olhos veem ou pressentem   No despenhamento da ravina escorrega o olhar e também o pensamento o silêncio invade o momento sou respiração apenas entre o céu e o abismo a vertigem e o espanto   quedo ali suspensa com medo do vento ou até do pensamento dum mínimo rumor que me seduza para o fundo um sentimento profundo de perigo e contentamento    ao mesmo tempo   um prenúncio de fulgor sublime encantamento