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A mostrar mensagens de outubro, 2021

Divina sinfonia*

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  Foto: Alda Carvalho   Quando a água se faz luz e a luz se liquefaz algo de divino acontece metáforas de tranquilidade e paz   E se a envolver esse milagre se ouvem os murmúrios do mar há o espraiar da magia a  alargar-nos  o olhar   E mais  se a vida se evola em forma de graciosa dança de flamingos e gaivotas numa coreografia perfeita dessa bela sinfonia que nos seduz  que nos deleita e nos envolve como um véu ficamos ali parados extasiados sem  saber sequer onde acaba a terra e começa o céu *D o meu livro “Sopros de Alma”, 2011, Editorial Minerva                           

Espiral

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  Encaustica: Alda Carvalho Num crescendo em espiral vai-se movendo a fronteira  entre o agora conhecido  e o ainda desconhecido  o finito a perseguir o infinito    Num crescendo em espiral o enigmático a abrir portas  a luz a iluminar os milagres que habitam na penumbra onde o ausente se faz presente   por vezes duma forma lenta outras de forma torrencial  

Há música no ar

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Foto: Alda Carvalho   Há música no ar É setembro. Caminhamos no leito de um antigo glaciar. Um ribeiro jovem percorre agora o ancestral caminho. Outros caminhos de água vão ao seu encontro. O sussurrar da água a descer a encosta tece várias melodias com requebros de notas variadas que o declive adoça ou acentua. Num troço pouco inclinado as águas quase param e tornam-se transparentes formando uma pequena lagoa. A luz incide mais doce, as sombras mais longas, os tons mais frios. É o por-do-sol a chegar. Uma orquestra sinfónica começa a tocar. Um pastor antigo vergado ao peso da sua manta, feita da lã das ovelhas que foi apascentando ao longo das vidas, conta as suas origens ancestrais guiado pelo sete-estrelo. Fala do seu percurso lendário e dos mitos daquela terra. A música da orquestra e do ribeiro acompanha o seu contar. Quando a magia de um lugar é contemplada e acompanhada com a humana arte o mundo torna-se um lugar mais-que-perfeito.  

Supremo tumulto

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Pintura a óleo: Alda Carvalho     observei da margem num fio de olhar instantes de rara beleza que sonharia eternizar instantes supremos que não se deixam capturar   em modo cadenciado flamingos  extraem da lama seu contínuo sustento pescoços balançam em ritmo de dança   em terra poisadas gaivotas observam pela dança encantadas ameno convívio entre seres alados   um ruído mínimo produz forte alvoroço de  voos  levantados   como corda ondulante flamingos em  linha voam um a um para poiso distante gaivotas em círculo esvoaçam num tumulto de penas voltando a poisar dança e contradança dum desassossego que durou de olhos pouco mais de um piscar

SOS Gatinhos

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  Foto: Alda Carvalho SOS Gatinhos são salva-vidas de seres pequeninos frágeis  indefesos tirados às mães torturados por vezes queimados  estropiados por humanos muito desumanos   São salva-vidas de vidas à beira do abismo suspensas por um fio de simples suspiros que uma pequena aragem pode levar para a outra margem   São salva-vidas  de vidas desprezadas espezinhadas  apoucadas como se a vida não fosse um milagre e preservá-la um imperativo de todos os seres conscientes   Comove-me esta gente que com todo o cuidado e trabalho persistente devolve à vida  com amor profundo o que à vida pertence