Prosa dos Ventos

Foto: Alda Carvalho   Quando o céu é de um azul límpido e profundo e pequenas nuvens passeiam como penas perdidas de anjos   Quando o silêncio evidencia o ciciar das aves e aquieta o rumorejar das árvores despenteadas pela brisa   Quando os raios de sol langorosos se espraiam e sublinham o colorido da vida tudo brilha e se conjuga em maravilha

  Fotos: Alda Carvalho Numa rua imensa há todas as semanas um   imenso mercado que ao longo dela se estende e onde tudo se vende se compra ou se aprecia   Frutas legumes flores e também queijos caldo de cana e pastel e mais produtos artesanais tudo muito apetitoso e colorido e em perfeita harmonia   Um banho de cores de cheiros de sons de sabores e a singularidade de uma violinista tocando melodias no meio da vozearia constante e discordante acentuando o colorido do instante                                                                                                                                     ...

Foto: Alda Carvalho Onde as casas onde os jardins onde as crianças brincando onde seus risos e correrias onde o seu tamanho encanto   Apenas cinzentas ruínas e descampados de destroços atulhados   Onde os museus os teatros onde a música e a danç a onde os casais namorando onde o colorido ou puro branco   Apenas cinzentas ruínas e descampados de destroços atulhados   Onde a esperança onde a alegria nas casas praças e largos onde a sonhada harmonia dos amanhãs desejados   Apenas cinzentas ruínas e descampados de destroços atulhados   Quando voltará a confiança o salvamento e a paz quanto tempo para lavar as casas as ruas e as almas   e assim se faça luz para destruir a cegueira e o amor possa unir a terra inteira                                            ...

Foto:Alda Carvalho                                                                                            U ma figura sagrada em movimento um manto de puro branco a voar e a dançar uma misteriosa dança   uma desmesura de água em queda livre espraiando-se na chegada ao rio um barulho imenso a relaxar   arco-íris aparecem ali ao lado àquela caída desmedida acrescentados e por ela gerados   mas tudo o resto parece ausente  perante a figura pujante e resplandecente  surpresa do inesperado esperado   os cambiantes mutantes o deslumbramento o êxtase perante o sublime do instante                   ...

Foto:Alda Carvalho   Meus olhos rasos de espanto na subida ao morro com o convento no topo as rochas que o definem são do princípio do mundo a mata atlântica que o cobre convive bem com os arredondados penhascos   meus olhos rasos de espanto pela pureza do ar pelas cores e formas das rochas  a beleza de insectos e outros animais e o sombreado das árvores a cortar o calor   a subida é lenta pela dificuldade e pelo esplendor aprecio cada tronco cada ramo cada flor cada entrelaçamento dos mais variados seres   meus olhos rasos de espanto pelo elegante convento quinhentista elevado nos mais altos rochedos há uma missa a decorrer a seus pés e a encimá-lo o bailado dos pássaros   abutres a fazerem acrobacias com as correntes de ar ascendente são às dezenas a subir e a descer a manobrar com o vento param a descansar na base do convento há uma pena de abutre na escadaria apanho-a e levo-a comigo talvez des...