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A mostrar mensagens de maio, 2022

Viagens

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Foto: Alda Carvalho Viajar no espaço e no tempo é mudar o nosso modo de compreender e amar   é percorrer novos caminhos reais ou imaginários cruzar outras culturas outros sentires outros gostares outros olhares   Viaja-se com o corpo com o coração e com a mente viaja-se no silêncio ou na multidão viaja-se fora ou dentro de nós viaja-se ao passado ao futuro ou no presente   Viajar é crescer sempre é   um dar e um receber de  saberes sensações e emoções memórias ancoradas no tempo e na paisagem porque nunca tem fim qualquer viagem  

Junto ao mar

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Foto: Alda Carvalho junto ao mar o assombro é sempre novo   as ondas sucedem-se incansáveis uma onda nunca iguala outra onda   perpassa-me o vento    ora forte ora um leve respirar    voos desencontrados cruzam-se numa desmedida dança   o ruído da rebentação casa bem com o canto dos pássaros   como anjos diáfanos as nuvens passeiam tingindo as águas de outros tons     mais azul ou mais cinzento o céu funde-se com as águas ao longe     e não sei se é  o mar que ameiga o céu ou o céu que beija o mar    

Somos todos escravos

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Foto: Alda Carvalho Somos todos escravos duma escravidão líquida ou omissa duma escravidão acorrentada ou dourada Somos escravos dos outros e de nós próprios escravos do trabalho escravos da tecnologia escravos do que temos e do que queremos Somos escravos das nossas convicções das manias  das fantasias das perseguições dos preceitos e preconceitos Somos escravos da razão e da emoção Somos escravos do passado e do futuro que sonhamos Somos escravos do poder e do dever Somos escravos agora e a toda a hora   Oh! Ser livre como os pássaros não conhecer barreiras nem fronteiras nem maneiras Voar para além do consentido do impedido Voar para além do medo e da própria dor Voar para além do horizonte para além da dependência seja do que for e de quem for Voar para além do amor

O grito dos escravos*

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Foto: J. M. Carvalho                Entrar na mina ter a sensação de ser escravo caminhar nas estreitas galerias escasso espaço entre o corpo e a rocha              claustrofobias   sentir que a dor está ainda ali                     saber estar debaixo do chão                                        não ver quase nada                escuridão alumiada por mínima lamparina                      lembrar as picaretas encarniçadas contra a dura rocha                                     e as lascas a voar                       ...