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A mostrar mensagens de outubro, 2023

Vibrações

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Foto: Alda Carvalho Por vezes recebemos  vibrações de muito longe como se um segredo antigo viesse até nós luzes que aparecem repentinamente sem dizerem porquê   trazemos connosco mistérios na forma de caóticos pensamentos grávidos de ideias sublimes resposta a um anseio ou a um desejo íntimo que emergiu em nós vibrações em consonância e ressonância com o cosmos  semeadas secretamente entre nós  

Praia de Nerga (Galiza)

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  Foto: Alda Carvalho Há  paraísos escondidos de olhares distraídos Paraísos deslumbrantes impactantes feitos de terra mar e céu Paraísos de uma serenidade que apetece e  enternece   Uma graciosa baía   numa ria rodeada de rochedos graníticos   com enormes cristais nascidos nas profundezas por tempos infindos torturados jazendo agora à superfície muito fissurados   Arrisco cavalgá-los e comtemplar do alto as suas variadas formas com pequeninas lagoas dentro e a praia   de areias finíssimas iluminadas por luzes íntimas   A mica brilha na areia na onda que se despenha nas rochas de que faz parte Tudo brilha Tudo é luz Demoro-me na contemplação da paisagem tendo como único sonido o leve marulhar do mar a namorar a baía  

A dança

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  Encaustica: Alda Carvalho                                                                               a música evola-se no ar leve e graciosa avanças a vertigem toma-te nos braços enredada rodopias sentes o abraço mais perto perdes-te nos passos do par e tudo à tua volta dança   passos ritmados e conjugados movimentos de ascensão harmonia e transgressão de solene voo nostalgia breve e intenso voo mesmo se rente ao chão quanta ilusão

Respirar a manhã

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Foto: Alda Cravalho Amanheci com um infinito de céu azul irradiando uma luminosidade diáfana. No acto de me espreguiçar  e sorver a manhã senti o apelo do rio. Respondi ao chamado. Esta manhã generosa, de princípios de outono a prolongar o verão, comove-me. O meu fito é o rio e os reflexos da manhã e aguardo a surpresa,  porque sei bem que cada dia é diferente. Tudo flui, se desvanece, se recompõe, se amplia, nas suas relações sempre inconstantes. Há uma multidão a percorrer os passadiços nesta parte do rio com ganas de mar. Sobrevoo o sapal, através dos passadiços, que é tudo menos monótono. A subida e descida da maré alteram a sua geografia e os seres que lhe debruam as margens vivem em constante reboliço. Em contínua observação vou sempre mais além do que o pensado. É o rio e as suas margens que me guiam. Absorvo a sua luz e os seus movimentos, indiferente aos passantes sobre duas pernas ou duas rodas. Os flamingos, na sua dança de cariz clássico, concentram a minha atenção...