Desencontros
Sentada à mesa do café
com um silêncio enorme
dentro de mim
olho para toda a gente
que gesticula mexe
os lábios
e ri
Fantoches
dum teatro mudo
E quedo-me a meditar
no absurdo esbracejar
dos gestos desencontrados
que se procuram
em vão
encontrar
Gostava de estar assim cheia de silêncio, sentadinha na mesa de um café. Facto não expectável. Que faria eu em tal lugar, eu que café não bebo e chá em casa me sai em conta; eu que desconheço alma que comigo se sente em sítio tão público; que não aprendi lazer nem trabalho de café e até para ler banda desenhada preciso de silêncio por fora.
ResponderEliminarE contudo há a Leitaria Garrett, e o Martinho da Arcada, e o Nicola - e outros que me não lembram -, onde poetas e pensadores aportavam e ainda perpassam.
Para quem não frequenta os cafés do Real Forte, a imagem literária é excelente. Consegue retratar fielmente o que se passa nesses meios.
ResponderEliminarAlberto
" Life's but a walking shadow, a poor player,That struts and frets his hour upon the stage,..." Shakespeare, sempre actual.
ResponderEliminar