Fragilidade


Um estrondo contra o vidro

seguido dum silêncio profundo



Um pássaro ainda a palpitar

jaz no parapeito da janela



Pego nele com toda a cautela

 - um sopro em extinção



Rezo por ressurreição

mas o corpo sem vida

fica quieto na minha mão



Chegou ao fim da viagem

a iridescente plumagem



Um muro de vidro

liberdade aparente

pôs fim ao voo subitamente


Comentários

  1. Coisas tristes também acontecem. Gosto desta poesia curta e rente ao chão das palavras.

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