A montanha nunca se repete *
Em Trento a montanha quase nos sufoca
embrenhamo-nos nela
atravessamos
dobras que o tempo moldou
vemos em
posição vertical
o que
começou por ser horizontal
pegadas de
dinossauros acordam-nos para o passado
onde
montanhas já foram mar e o rio já foi glaciar
A montanha
é tormentosa e protectora
grandes
pássaros em voo planado
percorrem o
espaço entre nós e o céu
desfiladeiros
profundos ladeiam o caminho
figuras
fantásticas recortadas nos cumes
quais
génios petrificados mascarados
a qualquer
momento parecem ganhar vida
vales
perpendiculares descerram
outros
níveis da montanha
que se
multiplica em planos sucessivos
de longes e de alturas
nesgas de
azul realçam as nuvens
que a
montanha embala nos braços
Em direcção
a Bonzan a montanha adoça-se
casas sobem
a encosta
a natureza
explode em flores
num mar de
amarelo e verde salpicado
de outras cores
por vezes
os vinhedos ganham a paisagem
súbito
moldam-se assustadoras alturas
e o céu
desaparece
A montanha
nunca se repete
*Alpes Italianos
As descrições das montanhas não acabam, e é sempre possível contar história que o tempo ainda não apagou.
ResponderEliminarDepois vem a paisagem natural,actual cheia de beleza,cuja descrição parece um quadro pintado.
Como será viver a vida toda a olhá-las, tê-las como paisagem natural. Eu, que tão pouco vi dos alpes, senti-me ínfima, esmagada pela grandeza. E tu descreveste-as sem medo, enfeitaste com palavras a densidade crua, essa beleza espantosa e terrífica que nos exaure.
ResponderEliminarA montanha é bela e é medonha. Impõe-se e impõe-nos respeito. Sentimo-nos liliputianos. Abomino andar de teleférico. Curvo-me à beleza das montanhas, embora não conheça essas que referes.
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