(I)migração *
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Foto:Alda Carvalho |
Não me deixes cair!
Sou teu irmão
embora de outra cor
ou de outra religião
mas a minha alegria
e toda a minha dor
são como as tuas.
Também gosto de olhar as estrelas
e contemplar a Lua.
Sonho um amanhã diferente
em que seja tratado como gente.
Tenho fome
falta-me um sítio para dormir
e tenho medo
da sombra que me anda a perseguir.
Não me olhes de lado
não me apontes uma arma
e não me mandes recambiado
para o lugar onde nasci.
Não me chames estrangeiro
deixa-me viver aqui.
deixa-me viver aqui.
*Do meu livro “Sopros de Alma”, 2011, Editorial Minerva
Vidas cinzentas, retalhadas, de pessoas invisíveis que olhamos virtualmente com leve empatia e moderada indignação. Desejamo-los a distância para que não incomodem o instável bem-estar do nosso dia-a-dia. Somos bons cidadãos e abominamos países subdesenvolvidos - perdão, em vias de desencolvimento.
ResponderEliminarNeste país pequeno, pobre de pedir, que sobrevive à custa de ajudas externas e sempre endividado com o exterior, cabe sempre mais um...
ResponderEliminarPoema sempre actual que se adapta perfeitamente à situação presente.
ResponderEliminarCada vez temos mais imigrantes longe de viverem bem,o que pode provocar focos de infecção desta pandemia,e assim vamos esperando por melhores dias.