Prosa dos Ventos

Foto: Alda Carvalho   Diz-me a palavra que salva a palavra que limpa a palavra inteira sem mácula nem máscara   Se a palavra é pá que lavra que constrói ou que destrói é urgente procurar a Palavra a palavra verdadeira

  Foto:Alda Carvalho entre o brotar e o fenecer intervalo pleno de ilusões alegrias e tristezas certezas e incertezas contradições assim a vida   por vezes um poema uma tela uma canção uma dança um amor   outras vezes um piar de um pássaro ausente um desespero pungente    

                                                                                                                Foto:Alda Carvalho Estou aqui ouvindo o silêncio interior quero parar o pensamento dar um salto quântico a outras dimensões onde não existam dor e sofrimento   Fito a escultura de ferro leve como o vento duas hastes verticais com raízes que se juntam quase se fundem formando uma só figura figura de anjo ou de árvore ou de mente ramos que são raízes raízes que são ramos leveza de asa figura simples e complexa figura suprema primordial de nascimento e crescimento eterno sinónimo de verdade e de belez...

Foto: Alda Carvalho Andar de bicicleta numa linha que o comboio trilhou outrora ouvir o deslizar sobre os carris como uma velha canção de embalar e  o granito em caos  toda a viagem    são os penedos da minha infância que noutro lugar a natureza me traz nutro por eles tamanho encanto um misto de deslumbramento e paz a natureza na sua agreste beleza impiedosa e amena num só tempo presenteada neste momento   rochas agrupadas em caótica imagem de onde em onde uma casa com uma ou outra árvore às janelas mínimas nesgas de hortas ou o que foi delas são inúmeros pontuados na paisagem tumultos de pedras soltas como derrocadas enigmáticas e belas