Pela mão de Rabindranath Tagore*

 

Foto: Alda Carvalho







Percorre-me o corpo a corrente de energia

que escorre através do mundo

a um ritmo transcendente

A mesma energia que ergue a montanha

ou guia o rio em direcção ao mar

que faz irromper as ervas nos caminhos

ou explode em flores e frutos nos pomares

que anima o frenético caminhar de uma formiga

ou a dança de um bando de pardais

que faz o sol nascer todos os dias

e que o amor não acabe mais

 

Sinto o meu corpo mergulhado nessa música

e o meu espírito enriquecido com o sopro de outras eras

Quem me dera a sabedoria

de acertar na cadência desse ritmo

e embarcar sem receio na beleza da aventura

de ser atirada e perdida  quebrada e renascida

nos seus redemoinhos de ternura

 

Pressinto essa sinfonia interminável de energia

irromper em cascatas inesgotáveis

de formas  cores  melodias  perfumes e carícias

que se derramam cedem e morrem a cada momento

E cada momento é eterno



* Inspirado  no pensamento de Rabindranath Tagore

Do meu livro “Sopros de Alma”, 2011, Editorial Minerva



 



Comentários

  1. Que felicidade poderes sentir toda essa beleza e energia com elo ao eterno. O poema é um sopro de alma de elevação e comunhão com o universo. Leva-nos a pensar o transcendental.

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