Chicago*




Foto:Tiago Carvalho



Agradeço aos deuses a viagem

o meu mundo  outros mundos

os paradoxos que me elucidam

 

Por vezes sou arranha-céu

a ver tudo das alturas

por vezes sou sem-abrigo

a dormir debaixo da ponte

 

quanto mais os arranha-céus

crescem em altura

maior número de sem-abrigo

coexistem em caves imundas

 

Aprisionados nas torres ou nos túneis

como descortinar do cosmos a beleza

lugar onde se pode começar de novo

 

*EUA

(recordando tempos anteriores à pandemia)

 


Comentários

  1. Apetece-me dizer que te quero roubar a primeira estrofe deste teu poema para exprimir o que senti após uns dias no Dubai. A perplexidade dos arranha-céus a nascer da areia, certamente menos intensa do que a causada em ti pelo choque do contraste desses arranha-céus com as caves e túneis habitados pelos sem abrigo. São muito bonitas as imagens que o poema cria de ti arranha-céus a ver lá de cima e lá para cima.

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