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A mostrar mensagens de março, 2022

Nada me pertence

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                                                                        Foto: Alda Carvalho O que ouvi ou vi ou toquei o que li o que vivi quem amei já não sei se foi meu se o roubei   Nada me pertence cada vez mais o eu e o meu perdem sentido Revoadas de palavras caiem-me nas mãos como pétalas desfeitas ou folhas de outono já sem cor mesmo as pérolas de orvalho na madrugada perderam esplendor   Com as pétalas caídas refaço uma flor ou um ramo com folhas desfolhadas que requero orvalhadas mas já não é a mesma primavera amor nem os outonos dourados apenas apontamentos expirados apenas rumores já passados        

Como seria o mundo

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Foto: Alda Carvalho Como seria o mundo         sem árvores e pássaros e música                       água a correr e vento e chuva                                                       e nuvens e mar                                                             sol a rodos e a suavidade do luar                                                                                palavras de amor e abraços            ...

Deixem em paz a liberdade

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Olho o céu azul por cima de mim a sua beleza e profundidade transmite paz e liberdade não parece ser assim que o céu é olhado por toda a humanidade   há lugares na terra onde a guerra semeia dor tristeza e morte por culpa de humanos desumanos que se esqueceram de olhar o céu e com bombas arrasam vidas haveres e liberdade   dirijo ao céu que tudo cobre um desejo pungente que sobre esses negros lugares atraia os olhares desumanos  e lhes infunda uma profunda vontade de deixar em paz a liberdade  

Mulheres*

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  Encaustica: Alda Carvalho certas mulheres passam com seus passos de vento pisando o chão sem o magoar e como hastes de bambu balançam e dançam ao sabor da aragem como uma miragem   certas mulheres passam como água que corre saciando a sede de quem as acolhe e afagam a alma confusa de quem as abeira ou com elas se cruza   certas mulheres passam como música antiga tocada por invisível harpa na boca palavras doces a ternura no olhar e transformam a escuridão em noites de luar * Dedico este poema a todas as mulheres que de algum modo contribuem para tornar o mundo melhor e aos homens que as acompanham

Imaginação*

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Foto: Alda Carvalho   Começo a pensar e de repente já não sei onde estou ou onde vou parar já não sei quem sou             Sou como um rio que corre em rápida tormenta ou como um corcel em acelerado galopar sou um barco de papel a lutar contra a corrente   Sou árvore a baloiçar no nada ave a voar rente ao chão sou onde me leva a minha imaginação   Sou mais veloz que o pensamento   Ponho-me à escuta sinto o que sou e o que não sou ou o que quero ser mas há tanto ruído no silêncio tanto lá fora como cá dentro   Agarro de novo a ilusão e saio disparada nas asas do vento * Do meu livro “Sopros de Alma”, 2011, Editorial Minerva