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A mostrar mensagens de outubro, 2022

Nada é para sempre

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Foto: Alda Carvalho   A  angústia e a tristeza  espreitam a cada momento por razões indefinidas por vezes indecifráveis   São como um nevoeiro que vai murando o peito e dificulta o respirar felizmente não dura para sempre   Pois há quem diga que nascemos para a alegria mas a alegria é sempre parcial e inacabada está sempre ameaçada perdura pouco tempo depende dos outros e do acontecimento   e nesta mistura de tristeza e alegria que nos embebe a mente se vive na esperança porque nada é para sempre  

Floresta mágica

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  Foto:Alda Carvalho O cansaço e a inquietude rondam à minha volta. É tempo de uma caminhada. De uma procura de silêncio em mim. É Outono. Um novo ciclo. Tempo de recomeço. Interno-me na floresta. As árvores, esses seres quase eternos que nos contemplam, estão em renovação. Há imensas e variadas: choupos, plátanos, pinheiros, carvalhos, eucaliptos… Umas já se encontram quase despidas, outras ainda verdejam claramente e, outras ainda estão vestidas de um colorido intenso. Há folhas por todo o lado que o vento arranca, revolve, levanta, faz rodopiar, e projeta para outros lugares, arrastando-as pelo chão ou pelos ares. Sou atraída por uma árvore colossal com um imenso tapete de folhas coloridas a seus pés. Talvez, ali, muitas crianças se tenham sentado á volta, ouvindo longas histórias. Sento-me também recordando a infância. As folhas são de um colorido arrebatador. Todas as cores do arco-íris se misturam em vários formatos e tons: verdes, amarelos, alaranjados, carmins, viol...

Impermanência

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Foto: Alda Carvalho As estrelas  a natureza a primavera a mais pura beleza ou  a literatura  a arte um teorema  uma equação um  nome  a memória uma rosa   ou  uma canção ou mesmo o mais belo verso dum poema tudo acaba mais cedo ou mais tarde cai no esquecimento ou no não-ser A impermanência é uma constante da existência

Um novo olhar

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  Foto: Alda Carvalho Olhares que captam instantes olhares distantes olhares inconstantes olhares que se procuram que se surpreendem deambulações de olhares   O que os olhos veêm o que os olhos sentem ou pressentem o que os olhos aprendem é um olhar singular incompleto olhar   Não vemos tudo o que há para ver num só olhar só quando os olhares se encontram se cruzam e se prolongam e a sua luz se junta a outra luz damos à luz um novo olhar