Foto: Alda Carvalho Foi num destes dias de novembro, cheio de sol, que me dispus a uma caminhada pelo meu caminho preferido. Como sempre, procurei ir o mais perto possível dos rios para sentir melhor as suas vibrações. Há um carreiro pisoteado, junto ao Trancão, mas devido às chuvadas dos últimos dias, estava todo ensopado e escorregadio. Um casal com duas crianças faziam o mesmo percurso, mas o homem, verificando que por ali era impossível ir sem se ficar totalmente enlameado, procurou desviar-se para a calçada afastada do rio e, vendo a minha indecisão, avisou-me do perigo e convidou-me a segui-lo. Aceitei a sugestão agradecendo. Soube que era do Bangladesh, que ainda não sabia falar o português, que trabalhava nas obras em Sacavém e que ia mostrar o grande rio aos filhos. Segui-os a curta distância ao mesmo tempo que os observava. Um casal ainda novo e dois miúdos pequenos que carregavam, cada um deles, um saco de plástico com caixas que pareciam conter comida. Prova...