Finais de Outono

 

 

Foto:Alda Carvalho


Surgem flores fora do tempo

cada flor em estádio diferente

como se quisessem prolongar

o encantamento

 

Timidamente uma flor de glicínia

recorda a sua lilás beleza

ressoa numa sintonia suave e límpida

despojada de enaltecimento

 

Flores que se subtraem ao tempo

suaves e rebeldes

e por isso se retraem

e me atraem

 

fazem parte de mim

como se numa vida antiga

houvéssemos estado irmanadas

Comentários

  1. NATUREZA !!!
    Vou basear o meu comentário ao seu excelente poema (como é habitual), num pensamento de Baruch Espinosa, filósofo do século XVII, ainda com descendência lusa, que afirmou que TUDO o que existe emanou de um ENTE ABSOLUTAMENTE INFINITO, o universo e todos os outros que poderão existir, T U D O.
    Na hiper-micro escala que é o nosso planeta Terra, quero acreditar que a melhor prova da existência desse ENTE, é a Natureza.
    Cabe-nos a nós todos, os que temos consciência, tratar dela como o nosso bem mais precioso; tudo o resto, não passa de política.

    ResponderEliminar
  2. Não tenho dúvida de que és uma flor, por vezes esplendorosa, por vezes frágil, mas resiliente a borrascas e tempestades. Em estádios diferentes, mas sempre espelhando alva doçura e encanto. Em sintonia com a natureza.

    ResponderEliminar
  3. Talvez sejamos todos flora pela qual passam as estações, flores que povoam a Terra. Seremos diversidade floral que existe no tempo - esse relógio natural que nos acompanha a eclosão do ser e também nos corrói. Em cada florir transparece o frágil - beleza é fragilidade - como laço a atar-nos uns aos outros. O Natal da vida mora na beleza. Ou apenas nos olhos dos que, olhando, veem.
    Um abraço

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Caminhar

O QUE ME INSPIRA *

Entre o sonho e a realidade