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A mostrar mensagens de fevereiro, 2023

Uma mulher fantástica vê uma lareira *

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  Foto: Alda Carvalho Uma lareira é já por si uma coisa fantástica. Estou a pensar numa lareira acesa, pois caso contrário a lareira não merece a mínima atenção. A chama, as cores, o crepitar, a dança, formam um cenário que preenche qualquer imaginação. Mas a lareira só existe se alguém a vê, se alguém a percebe, caso contrário finar-se-á, esmorecendo até se extinguir, sem  passar do não ser ao ser ou ter sido.  Agora se uma mulher, ainda por cima fantástica ( mas as mulheres não serão todas  fantásticas?!) vê uma lareira, então a lareira transforma-se num acontecimento fantástico.  E se a mulher tiver tempo para a  contemplar, para seguir a evolução do  fogo, que muda a cada instante, que se transforma  em dança, e se ela própria entrar  nessa dança, então a atenção transforma- se em prazer, em meditação, em gratidão, pois  entre a lareira e a mulher há uma  espécie de comunhão.           ...

Sinto que ainda estás aqui

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  Foto: Alda Carvalho Sinto que ainda estás aqui mesmo depois da grande onda te guiar até ao íntimo do mar   Sinto as tuas enormes asas sobrevoando a natureza em todo o seu esplendor desenhando círculos de amor   Sinto-te de várias maneiras em vários tempos e lugares mesmo onde nunca sonhei   sinto-te através dos filhos dos amigos   das paisagens do azul infinito do céu e até do cantar do galo quando anuncia o despertar dum novo dia   sinto-te na dança do vento no silvo dos comboios que tanto te marcaram no restolhar das folhas na água dos rios e das fontes   e ouço vezes sem fim a canção que ensinaste de liberdade e rectidão humildade e sabedoria sem recusares a ninguém o auxílio da tua mão

Se eu fosse apenas uma rosa...*

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  Se eu fosse apenas uma rosa Cor de rosa... Daria as minhas pétalas Para tapetar o chão. Então, não seriam precisos Nem calçadas, nem asfalto, Seriam apenas pétalas Que cobririam o chão.   Se eu fosse apenas uma rosa Cor de rosa... As minhas pétalas macias Não deixariam os pés descalços Aperceberem-se do chão E ficariam orvalhados De toda a minha afeição E seus lábios entoariam Uma formosa canção.   Se eu fosse apenas uma rosa Cor de rosa... Disporia as minhas folhas Em volta do coração Dos que perderam a esperança De encontrar pelo caminho Uma rosa desfolhando-se Para tapetar o chão. E as pétalas orvalhadas Como eternas capas soltas, Muito quietas e caladas Traduziriam Amor.   Mas não sou   uma rosa Cor de rosa Nem sequer sou uma rosa De outra cor! * Poema escrito na a época em que nos conhecemos. Uma rosa foi o meu ramo de noiva. Foi também uma rosa co r de rosa que coloquei junto de ti e...

Publicação do neto Alexandre, de 13 anos de idade, no Instagram

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  De todas as pessoas que eu já conheci o meu avô foi a mais importante da minha vida. Ele foi tão importante para nós e para os geólogos. Sendo o único português a ganhar a  Medalha de Mérito como geo-profissional, tal como muitas mais. Infelizmente ele deixou-nos no dia 31 de janeiro. depois de sobreviver a 2 cancros, guerrras coloniais, estar perdido no deserto e mais, não sobreviveu ao 3 cancro. Depois do que ele fez eu não peço mais nada, só quero que ele agora esteja bem. Se eu tivesse mais 1000 vidas, eu sempre queria ser neto do meu avô e de viajar de estar muito tempo com ele. Ele sempre foi o meu Herói e sempre será. Eu espero que estejas num sítio melhor, onde podes descansar e ver todos os combóios que queiras ver. Um grande abraço da nossa família. 

Carta enviada pelo meu marido à C.P. em Dezembro de 1971 e lida pela nossa filha Joana nas cerimónias fúnebres

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  Há uns anos, o meu pai, embrenhado no seu refúgio de maquetismo ferroviário, descobriu esta carta que tinha endereçado à C.P. com 28 anos, e partilhou-a connosco. Curiosamente, o Universo (sempre oportuno...) sussurou-nos novamente esta carta nestes dias, e não podiamos deixar de sentir que eram palavras merecedoras de serem escutadas de novo, agora, que o meu pai faz uma viagem de regresso ao grande leito cósmico, deleitando-se com aromas misteriosos. 

O condor- Homenagem da Vicca

Uma aurora boreal nos altos céus. Um condor voa sereno até ao Sol da Vida. Um enorme portal abre-se é os irmãos vibrando num esvoaçar de puro Amor acolhem o Irmão. O Amor é infinito e abarca todos os mundos. O grande condor fala: - Meus amores agora vejo TUDO É a LIBERDADE. E daqui estarei SEMPRE com estas novas Asas que tudo abarcam, num abraço de Infinito Amor. Aqui ainda vos Amo com a Plenitude. Alda sou ainda mais pleno, Sou, na plenitude em que sou envolvido. O Tempo Infinito do Teu Olhar" O condor  chega ao cume da montanha. Pára e descansa um pouco. Vislumbra uma fresta luminosa Ouve um canto melodioso Olha para baixo, o seu olhar abrange toda a Terra... A sua visão ampliou-se... Pode ver tudo... Tudo o que os homens fazem de belo e de horrendo... Por momentos entristece... Mas a melodia é agora mais intensa! Olha de novo... E... Num rincão banhado de luz vê os seus unidos num abraço de infinito Amor, vivem na saudade e agradecem tudo o que o Condor fez e viveu, toda a hera...

Homenagem da Associação Portuguesa de Geólogos

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  Nota de Pesar pelo falecimento do Professor José Martins Carvalho   Estimado/a Associado/a,   É com profunda tristeza que a Associação Portuguesa de Geólogos (APG) comunica o falecimento, nesta madrugada, do seu querido associado (O115) e amigo José Martins Carvalho. Professor dedicado, hidrogeólogo brilhante, será sempre lembrado como um exemplo de integridade, profissionalismo e dedicação à Geologia, à APG e à profissão. A Geologia portuguesa perde um homem bom, uma referência para a comunidade técnica e científica, mas os resultados do seu trabalho constituem um legado precioso e único.   O Professor Martins Carvalho é reconhecido como um profissional excecional, rigoroso e perseverante, figura incontornável da Hidrogeologia e Geotermia e na formação científica, profissional e ética de gerações de jovens Geólogos e Engenheiros.   O seu virtuoso percurso profissional foi, igualmente, reconhecido internacionalmente tendo sido agraciado em 2000 com o título “ ...

Homenagem de Joaquim Mexia Alves

O meu amigo Zé, o Eurogeólogo!   Conheci o Professor Doutor José Martins Carvalho em 1984/1985, quando as Termas de Monte Real adjudicaram à firma ACavaco o seu primeiro furo. Ele trabalhava então  nessa firma, se bem me lembro, e o seu trato fácil e simpático, aliado ao seu saber, logo me conquistaram. Nesses anos, (o furo teve o sucesso que pretendíamos), aprendi as “primeiras letras” da hidrogeologia, que depois fui acompanhando ao longo dos tempos.   Passei a vê-lo em congressos, palestras, etc., e de pronto procurava a sua companhia e o seu parecer sobre dúvidas que tinha sobre tudo o que envolvia o nosso aquífero, bem como, no âmbito da minha condição de membro da direcção da ATP, os seus conselhos sobre legislação e tudo o mais que a DGEG ia fazendo e propondo ao longo do tempo.   Sempre me ouviu respondendo com toda a atenção, ajudando-me a decidir em várias matérias.   Admirei sempre a sua capacidade para me/nos explicar, (leigos na ...

CARTA DE PESAR AOS MUITOS AMIGOS HIDROGEÓLOGOS PORTUGUESES por D. Rafael Fernández-Rubio, Dr. Ing. Minas, Catedrático e Professor Emérito ETSIM-E|UPM

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  "Hoje, as águas subterrâneas espanholas, no seu lento, sereno e respeitoso fluxo, que chegam ao vizinho e fraternal Portugal, são lágrimas que vertemos como amigos fraternos daquele grande e inesquecível Mestre, Senhor e Hidalgo Caballero, que foi directamente desfrutar daquelas águas eternas do Céu, que dia após dia nos proporcionam bebida e conforto. José Martins Carvalho (1943-2023), EurGeol e Professor Emérito ISEP|P.Porto: foi um colega erudito e notável; deu-nos os seus profundos e melhores conhecimentos; foi o Pai de gerações de hidrogeólogos Ibéricos; defendeu uma Península Ibérica sem fronteiras geológicas e sem barreiras hidrogeológicas; ... e, sobretudo, a um nível muito pessoal, foi um verdadeiro irmão de alma, um "companheiro de viagem", um Homem Português gentil, um exemplo de cavalheirismo e o melhor saber-fazer. Professor Martins Carvalho: deixou uma marca indelével nas minhas memórias de muitas estadias partilhadas e vividas, desde as capitais e peq...

Homenagem de Maria Teresa Almeida

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  a JOSÉ MARTINS CARVALHO ••• PORQUE É FUNDA E TERNA A MEMÓRIA Ontem, o Zé morreu ! Sei que o silêncio é uma forma de homenagem, mas prezo as palavras, preenchem lacunas. Morreu um HOMEM … Escrevo HOMEM com o cuidado de que as maiúsculas sejam leves mas incisivas … Nunca dominadoras e asfixiantes como uma grande árvore imperial, imponente, avassaladora, que marca o terreno filtrando o Sol e semeando sombras … Não, não era assim o nosso AMIGO !!! O Zé era uma vasta e acolhedora seara, com abertos e largos horizontes, impulsionadores de livres e alheios voos … O Zé professor*, mestre, sabia fazer dos outros o centro, sendo ouvinte-aluno, apagando-se com a modéstia dos simples e sábios . Respeitou a Terra, encaminhou as águas, acolheu com harmonia e um sorriso as gentes, era um HOMEM justo e de paz ! Deixou obra, cortesia e apreço. Deixou três filhos e netos que perseguem, ref...

Permanecerei no teu sorriso

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Há verdades que parecem mentiras que nos custam a suportar mas o destino dos grandes rios é o mar e no teu longo caminhar traçaste novos caminhos e novos olhares onde outros rios seguem o teu caminhar   amante dos grandes espaços das montanhas  dos pássaros desfiladeiros  alturas e planuras e toda a existência afinal voaste alto abraçaste toda a vida que se cruzou contigo com a tua sabedoria e entrega total   foste o meu colo a minha paz as minhas asas e deste-me asas para voar as saudades e a obra que deixaste são maiores que a morte pois não morrerás nos inúmeros corações que tocaste   Serás uma luz que não se extinguirá Sei que quando contemplar o mar estarás lá para me saudar e as tuas recordações são o motivo para o meu novo caminhar sempre contigo pois permanecerei no teu sorriso   A seguir partilho alguns depoimentos de amigos do meu marido que na vida se cruzaram com ele.