Uma mulher fantástica vê uma lareira *
Foto: Alda Carvalho |
Uma lareira é já por si uma coisa fantástica.
Estou a pensar numa lareira acesa, pois caso contrário a lareira não
merece a mínima atenção.
A chama, as cores, o crepitar, a dança, formam um cenário que preenche
qualquer imaginação.
Mas a lareira só existe se alguém a vê, se alguém a percebe, caso contrário finar-se-á, esmorecendo até se extinguir, sem
passar do não ser ao ser ou ter sido.
Agora se uma mulher, ainda por cima fantástica ( mas as mulheres não serão todas fantásticas?!) vê uma lareira, então a
lareira transforma-se num acontecimento fantástico.
E se a mulher tiver tempo para a contemplar, para seguir a evolução do fogo, que muda a cada instante, que se transforma
em dança, e se ela própria entrar nessa dança, então a atenção transforma-se em prazer, em meditação, em gratidão, pois
entre a lareira e a mulher há uma espécie de comunhão.
* Tema proposto por Isabel Fraga em escrita criativa.
Ora bem! Uma proposta feita por uma mulher fantástica, um desafio aceite por outra mulher, super-fantástica e veja-se no que dá tal chama!. E ainda dizem que foi o Homem que descobriu o fogo...
ResponderEliminarGran filosofía: la observación del fuego como un medio para trascender la realidad y vivir otras experiencias. Enhorabuena, un abrazo
ResponderEliminarO olhar de uma mulher tão fantástica, como a Alda, em comunhão com uma lareira acesa fazem-nos sentir como o fogo é um elemento constitutivo da Natureza e de nós próprios. S+R
ResponderEliminar