Incompletude
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| Foto: Alda Carvalho |
O tempo e o espaço
o redondo o quadrado
o perfeito e o acabado
são possibilidades flutuantes
A montanha tende para a planície
o que foi pedra fez-se areia
os
rios tornam-se mares
o fruto faz-se semente
A evolução leva à desagregação
e a nova agregação
não há um momento de conclusão
em que o destino de um ser finde
Será a floração o fruto a semente
não a morte
ou o total desaparecimento
mas a incompletude somente
Da forma mais poética e harmoniosa, o poema revela uma verdade que partilho. Lindo!
ResponderEliminarAqui está a demonstração de como a Alda consegue transformar a evidência científica de que "na natureza, nada se perde, tudo se transforma", numa magnífica e sensível manipulação de palavras e sons, maravilha que nos enche a alma.
ResponderEliminarNa verdade não sei o que é; creio bem que saber, saber, ninguém sabe. Apenas reflectimos acerca de. Sem certezas excepto as da fé (para quem as possui).
ResponderEliminarMaravilhoso poema. É a dialéctica a expressar-se em poesia e a incompletude a sobrepor-se à finitude.
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