Ai, a saudade!

 

                                                                        Foto: Internet *





É uma dor que incendeia o peito como

uma espada cravada difícil de arrancar.

Sempre que isso acontece procuras

comtemplar o mar, de madrugada ou 

ao crepúsculo, porque te acalma e unifica.

 

Nunca tiraste a cadeira de ferro forjado em que

ele se sentava a teu lado, e juntos, sonhavam,

enleados. Nessas alturas recordas, em silêncio,

a ternura e cumplicidade que comungavam 

ao comtemplar o mar, esse infinito de água 


que lava tanta mágoa. Tu sabes que ele não 

vai voltar, mas finges e esperas por milagre.

Sentes a sua presença. Quem disse que 

a imaginação não é real ?! Tão real como 

a saudade. Mais real que a solidão!



                                                                                       * Foto apresentada por Isabel Fraga como mote para escrita criativa.

 


Comentários

  1. Que textos tão bonito, tão bem dito! Beijinho

    ResponderEliminar
  2. Se a imaginação salvou desde sempre a humanidade, por que não há-de ela salvar cada um de nós, afinal, as suas manifestações mais comuns são individuais. O teu imaginário não é em vão. Nem incerto. Pensa nisso.
    Não sei quanto tempo deu Isabel Fraga, mas parece-me bem que foste prolífica. Não atendendo ao tempo, e por gostar do tipo de desafio, cá vai o que escrevi assim num repentemente

    "Observo-te. És-me tão real como a cadeira onde nunca te sentaste e mais real do que tanta gente que circula amorfa pelo intestino da cidade. Brilho de superlua, assim me existes. Tu. És como te vejo e, pura ausência de diacronia, respiras natural em todos os meus poros. Dei-te assento quando entendi a pertença. Fiz-te lugar. Cruzámos juntos horizontes tamanhos e, por minhas mãos tocadas do teu indelével, desenhámos futuros. Insubordinada fuga a matéria e espaço, mas presa do casulo temporal, essa duração indefinida onde te faço presença. Imprescindível.
    O real é sempre outra coisa."
    Bom fim de semana, Alda

    ResponderEliminar
  3. Olá Alda !
    Tudo nesta nossa vida é relativo.
    Considere o bom que foi ter tido durante tanto tempo, uma cadeira de ferro forjado ocupada ao lado da sua ...
    Quem me dera ... Eu somente sempre tive uma única cadeira comigo; e nem sequer era de ferro forjado.

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Caminhar

O QUE ME INSPIRA *

Entre o sonho e a realidade