Foto: Alda Carvalho Num dos últimos passeios junto ao rio, chamaram a minha atenção umas flores de corola amarela que, como pequenos sóis, alegram a paisagem irradiando luz. Essas flores irrompem em todo o lado, mesmo nos sítios mais inóspitos. Caminhava sobre o murete que delimita o caminho e as pedras que em declive protegem o rio. Recentemente tinha observado uma brigada que limpava de ervas essas pedras, mas com a força de viver tinham rebentado de novo e lá estavam as flores. Caminhava, e ia cortando rentes algumas corolas com a ideia de as lançar na água em louvor a certas pessoas já falecidas, incluindo as que pereceram no rio ao apanharem ameijoas em condições perigosas e aos mortos pelas guerras que assolam o mundo, quando fui interpelada por um ancião que me perguntou, em tom de censura velada, se estava a colher as flores. Confirmei, continuando a andar e ele a meu lado andando também. - Porquê ? - Porque gosto delas . - Não ...