Retalhos do Brasil IV
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| Foto: Alda Carvalho * |
Recordo com saudade e desassossego
o rio em direção à cascata Capivara
Nas margens rochas antiquíssimas
de múltiplos tons e formas folheadas
como livros fechados
em estantes desarrumadas
Cada rocha tem cor e textura diferentes
assinatura de símbolos ancestrais
O som da água tem vários andamentos
ora parada ora a correr ora a despenhar-se
a calma e a violência dos opostos sobrepostos
traduzindo-se em relaxamentos
Cada passo cada pedra cada flor
cada árvore merece uma reverência
O céu muda a cada momento
entre sol aberto e nuvens suaves
cambiantes de múltiplos desenhos
e tonalidades
* Margem da cascata Capivara - Minas Gerais
Continua o encanto... harmonioso, inesperado, poético
ResponderEliminarEssas rochas imensas lado a lado sobrepostas, lembram-me um verso de um poema sobre os painéis de S. Vicente de Fora, "Quem pôs assim os homens frente a frente...". Das rochas diremos, segundo as convicções, que foi o acaso erosivo, a mão do dos elementos ou a mão de Deus neles. Mas estão lá, enfileirada maravilha dada à contemplação de quem vier e tenha alma para tanto. Como tu.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim de semana, Alda
Uma cantata à Capivara que ainda hoje é causa de desassossego! Parece que continua em ti. Ainda bem para nós que podemos imaginar e em parte testemunhar a sua beleza através do pictórico poema e ilustrativa fotografia. Que bom teres presenciado e interiorizado toda a sua beleza e agora tão bem saberes partilhá-la com os teus leitores. Um deslumbre.
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