A onda
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Foto: Jorge Espinha Marques* |
uma bolha na ondulação do oceano
agitada
pelo vento
não está só
mas de mãos dadas a todas as bolhas que formam a onda
o confinamento é uma ilusão
no oceano de ilusões
que formam a nossa mente
não existe espaço nem tempo no pensamento
tanto estamos neste verso
como nos confins do Universo
existimos ou fingimos
somos corrente sempre em movimento
não águas paradas ou estagnadas
mas sempre agitadas
como o pensamento
somos com os outros a todo o momento
* Fotógrafo premiado, Professor na Faculdade de Ciências do Porto, na área de Geologia,
Por acidente. às vezes uma dessas pequenas bolhas, por acção duma ilusão ampliada pela imaginação, transforma-se numa onda gigantesca que nos engole e quase mata.
ResponderEliminarE depois, como a pedra ou a palavra, pode ser tarde.
Pessoa disse qualquer coisa como "Irra! Já disse que não sou de companhia":)). Não lhe deu grande resultado, humanamente falando; que, como poeta, caiu no excepcional.
ResponderEliminarAcredito que sem os outros não seríamos quem somos, a hominização é um processo que os exige, não há como escapar-lhe; nem é desejável.
"Somos com os outros a qualquer momento", É um verso síntese maravilhoso. A interligação e a interdependência estão celebradas no teu poema, embora a bolha não negue a sua individualidade.
ResponderEliminar"Nenhum Homem é uma ilha", mas cada um terá a sua especificidade na onda.
A foto faz-nos entender melhor o teu poema, o pensamento. Atira-nos para o multiverso do oceano e das ideias.