Choro mas não me choro

Foto: Alda Carvalho




choro mas não me choro

pois chorar é natural

por quaquer dor que surja 

seja  física ou mental


mas chorar-me pela dor

a qualquer outro mortal

não o faço   pois seria

esquecer íntima alegria

ou um sublime amor 

que me haja atravessado 

e após perda ou cessação 

terei chorado


mas  não me choro a mim  não


Comentários

  1. A foto da papoila branca é do mais original que existe. Parabéns, Alda.
    E acredito que nos choremos a nós e que seja bem não universal. Desde que não fiquemos amarrados ao desgosto, vejo como estado natural. Mas há lágrimas perigosas. Nunca choradas, cristalizam na fonte e criam impedimentos.
    É um ponto de vista, esse de não chorar senão num "de mim comigo". Muito comum nas idades mais avançadas: sofre-se mais e chora-se menos. Por que será?!

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  2. Self-pity
    I never saw a wild thing
    sorry for itself.
    A small bird will drop frozen dead from a bough
    without ever having felt sorry for itself. (DH Laurence)
    Quando li o teu poema lembrei-me da expressão self-pity .Ter pena de nós prórprios pode ser algo doentio. Não devemos chorarmo-nos, mas pode acontecer. A tua papoila branca não o faz. É a chuva que a refresca. Tu também és ser bravio e celebra-lo em arrojado poema.

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  3. Olá Alda, minha querida Amiga,
    Eu tenho o choro fácil. Sou emotivo. Com frequência os meus olhos ficam como o orvalho na flor...
    E também não me choro a mim.
    O que me faz chorar a alma, são as oportunidades perdidas neste restinho de vida que ainda me sobra, para ser FELIZ.

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