Recordações de viagens (Açores) IV
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| Foto: Alda Carvalho Hoje é o último dia em Sta Maria. Dia glorioso, cheio de sol, embora esteja anunciado em aviso amarelo chuva intensa desde ontem, mas a ilha tem sido muito generosa connosco em todos os aspectos! Fomos visitar o museu ao Espírito Santo e novamente nos deslumbrámos com a floresta. As gotas de orvalho ainda estavam sobre as folhas e o chão molhado, mas o sol raiava e a paisagem estava lavada, limpa e brilhante. A estrada como que escurece quando a floresta a ladeia. As árvores trepam e crescem para o alto. As criptomérias e plátanos são as mais altas, entre elas as trepadeiras, e as Contreiras preenchem os espaços deixados. Tudo é verde, tenro e denso com pequenos toques coloridos das flores e dos troncos. Os troncos dos plátanos têm desenhos minuciosos dos líquenes de um verde muito claro. Há um antigo cilindro de 1943, exposto à beira da estrada, possivelmente o que a ajudou a construir. As criptomérias são uma paliçada ao longo da estrada, como um exército em formatura quando por elas passamos. Saio e experimento andar um pouco nessa mágica floresta, num pedaço de caminho que não confina com o abismo, e o silêncio é encantatório! Olho para o alto e só pequenas partículas de azul entre os ramos e os troncos em dossel. De um lado da estrada as criptomérias e do outro os plátanos com as folhas a esvoaçar e um parque com fetos gigantes ao lado. Percorro mais um pouco desse troço e o silêncio com pequenas notas de chilreios de pássaros, parece parar o tempo. O ar lavado, puríssimo e a paz emergente… O Paraíso pode ser assim!... Fomos ao Santo Espírito e o museu é encantador! mostra a vida dos marianos no começo do povoamento, as suas casas, os seus utensílios e também uma exposição sobre o fundo marinho dos Ilhéus das Formigas. A senhora que nos guiou era muito simpática e quis saber se já tínhamos visto as maravilhas da ilha. Faltava-nos uma, e ainda bem que ela descobriu e nos aconselhou ir ao norte ver a vista da ermida de Nossa Senhora de Lurdes! E sim, é espetacular com o mar aos pés e um ilhéu junto à falésia. Uma paisagem soberba! Qualquer estrada ou vereda é assombrosa pelos declives, pelas vaquinhas a pastar, pelas florestas, pelas cores, pelo casario e pelas flores. A harmonia passou por aqui e aqui ficou. Um deslumbramento! Retornámos a Sta Bárbara, o tal presépio de casinhas brancas com riscas azuis ou verdes ou castanhas, dependendo do lugar. Fomos almoçar à praia Formosa onde contemplámos de novo o mar. Estava quente e um belo dia de praia. Assim Sta Maria! |
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| Foto: Alda Carvalho |
Que bela descrição Alda. Quase senti nesse silêncio fresco, o cheiro da terra húmida e a alegria florescente do mundo vegetal. As ilhas dos Açores são, pelos vistos, uma perdição. Bato palmas a quem as sabe ver.
ResponderEliminarBom fim de semana
Ainda bem que tomas notas de tudo nas tuas viagens! E ainda bem que arquivas as fotos. Assim partilhas connosco fotos e apontamentos que fizeste décadas atrás e nós, em 2025, deliciamo-nos a visualizar e a sentir contigo os passeios a que nos levas!
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