Constelações
Como cápsulas enfunadas flutuamos
num universo imenso de ternura
e senhores de nós e do mundo nos julgamos
Estudamos das partículas às galáxias
mas continuamos à procura da Luz
na muda incerteza de quem somos
Com as abelhas os lírios as estrelas
as mesmas leis universais partilhamos
mas isolados em universos paralelos
descobrimo-nos sós
Viajantes eternos almejamos
mergulhar
num universo de ternura quando
a casca das nossas cápsulas se quebrar
Mas afinal quem sou eu? Quem somos? O que somos? Eternas questões que nos movem. Constelações seremos, pois não existimos sem o outro, que nos define e nos permite definirmo-nos. Arquipélagos também seremos e ilhas, cada um de nós. Cápsulas, parece uma boa imagem para o nosso invólucro e acho muito esperançosa e positiva a poeta que nos perspetiva a navegar num universo de ternura e nele nos projeta na pós quebra do invólucro de cada um de nós.
ResponderEliminar