Caminho
Vou passando
e meus passos arrastados
sejam leves ou pesados
vão sulcando desbravando
escavando uma
estrada
Caminho existente ou por mim traçado
Há encruzilhadas ou são apenas sonho
Vou por aqui por
ali ou acolá
Penso ou apenas existo
Ou existo e penso
Ou penso e existo por pensar
Ou sou apenas arrastada pelo vento
ziguezagueando ao sabor da aurora ou do poente
seguindo pela estrada traçada
como poeira íntima do nada
Tu, não sei; que a mim me seduz ser "poeira íntima do nada". Tenho grande queda para a coisa nenhuma.
ResponderEliminarFazes-me lembrar uma folha em trânsito, a esvoaçar ao vento, rodopiando, fazendo o seu caminho. Talvez esse caminho seja essencialmente soprado, mas a folha em que o Eu se transforma, assume-se como ser pensante. Mesmo que seja próxima do Nada. É um poema magnífico.
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