Uma fina haste
Uma fina haste
tangida pelo vento
balança incansável
silenciosamente
numa dança frenética
embriagante
A forma assumida pelas folhas
recorta-se contra o azul do céu
e varia constantemente
várias versões do vento
preenchendo o momento
ora é pássaro ora flor
orelhas de coelho
ou braços de abraçar
numa dança de amor
O frenético movimento
serena o meu pensamento
e por instantes
fui aquela haste
de folhas ao vento
Há pessoas assim, transmutam-se:). E depois contam como foi.
ResponderEliminarFaz-me lembrar os jogos de sombra, em que os nossos dedos podem fazer as orelhas do coelho, a boca do cão, o pássaro que voa. A imaginação abre-nos novos mundos, que estão à espera de serem descobertos. Aqui é a dança do vento que abre o caminho à criação das imagens. E o observador concentra-se tanto, que, em mimetismo, passa para o interior da cena, qual fina haste.
ResponderEliminarÉ um poema muito bonito.
Estive bem pertinho dessa fina haste tangida pelo vento e vi o pássaro, a flor,as orelhas do coelho e os braços de abraçar. Ficava mais tempo a olhar aquela fina haste!! Foi bom!!
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