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A mostrar mensagens de março, 2019

Angústia

Aqui neste quarto nu sinto-me um mundo de angústias Lá fora os pássaros cantam livremente e a natureza é uma festa Quantos sóis e quantas luas já passei Quantos véus já desvendei Aqui sou um ponto a explodir de medos ancestrais Quem fui e quem serei não saberei jamais

De novo a Primavera

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Foto: Alda Carvalho A Primavera chegou trazendo como seu manto muitas promessas de cor de aromas e de sabores de renovação e encanto Miríades de seres irrompem dos mais incríveis recantos num cruzar e descruzar transforma-se em harmonia a mistura dos seus cantos Passo pela Primavera com pés descalços cabelos ao vento e coração aberto procurando não pisar os seres que a todo o momento se cruzam no meu andar

O poema

O poema não começa na manhã nem acaba ao entardecer vive suspenso na bruma e nas vozes que o encontram sem saber Um qualquer dia pode acordar em qualquer peito mais ou menos insuspeito e aí reflorescer Que o poema seja e volte a ser

A existência a esculpir-se

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Foto: Alda Carvalho Da janela do meu peito vejo a existência correr adivinho os passos ainda incertos dum ser acabado de nascer vejo os sorrisos e abraços e os obstáculos ainda por vencer pressinto as certezas tornadas incertezas e outras certezas que nascem ou morrem antes de nascer Da janela do meu peito vejo a existência a passar e a mudar a ser e a não ser e a voltar É neste fluir e refluir que a existência se esculpe e se cumpre

Prenúncios

Belas e efémeras as flores da ameixoeira prenunciam a Primavera O vento vai-as despindo Olho as pétalas no chão e a chuva delas caindo puros pedaços de vida com sua missão cumprida

Ecos da existência III

A graça e a beleza da carriça num ramo pousada dissolve-se num voo                        * Gaivotas pousadas na areia agitam-se ao menor ruído voam e revoam cinzas e brancos              * Na vida nada é permanente rios de inconstantes feitos corrente