O silêncio das catedrais
Chamam por mim
árvores seculares
de ramos tubulares
protegendo a igreja
de ímpios olhares
música intemporal
escoa-se pela porta
convidando a entrar
Bach único e eterno
salpica a minha mente
com gotas espirituais
dentro da igreja
a beleza das formas
e os silêncios ogivais
Também acho difícil resistir a uma porta aberta duma catedral. O impulso é entrar nesse abrigo, nesse apaziguamento secular. Há como que um chamamento ao deleite do nosso olhar, à escuta e ao silêncio, ao encontro com nós mesmos, à comunicação com quem nos transcende.
ResponderEliminarGosto das imagens fortes deste poema: Os silêncios ogivais, as gotas espirituais, as árvores de ramos tubulares, que com os seus braços protegem a catedral dos olhares ímpios. É um poema que nos estimula os sentidos.
O início do poema em seu jogo de vogais abertas lembra a clepsidra de Pessanha. Que, no entanto, esconde uma interioridade bela e, julgo eu, um pouco melancólica.
ResponderEliminar