Poema ao Filho *
Eu sei
que já não és o menino que embalei
que apertei contra o meu peito
e levei pela mão
Eu sei
que os meus sonhos não são teus
e que meus braços
já não acompanham teus passos
Mas tu não sabes
que os rumores da noite me estremecem
e temo pelos amanhãs
pois não sei da vida a tua lei
mas entre nós mais aprendi
do que ensinei
Por vezes palavras duras
oscilam entre nós
gerando um vento agreste
que turva mais a noite
e torna o mundo mais opaco
Se soubesses quanto me orgulho
dos teus longínquos voos
e da luz que espalhas ao redor
A estrela na tua fronte
que um dia vislumbrei
ficou maior
Se soubesses da alegria infinda
quando as tuas penas me abraçam
e voltas a ser o menino que embalei
Ainda amas as rosas
Eu sei
· * (Dialogando com Eugénio de Andrade)
Tu sabes como eu gosto e sinto este teu poema que é também meu e de todas as mães que nele se revêem. É a vida. Eles vão mesmo com os pássaros. E não é que nós gostamos que assim seja. De mãos vazias, mas gostamos.
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ResponderEliminarSem medos dos rumores da vida. Na maior parte é musica
Esta lindo
Penso que Eugénio de Andrade gostaria de ler este poema. Acho-o muito belo. Ele próprio é uma ave que ama e procura rosas.
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