Praça Jamaal el-Fna
Sem medo viaja em direcção a ti
num movimento ciclónico
até atingires o centro
e eleva-te
Sente o pulsar do Universo
sem procurares identificar o
tempo
A música da existência
transporta outros tempos
e deslaça as nuvens negras que
toldam a vida
Ruma ao teu interior e solta uma
oração
Orar é estar atento a pequenas
coisas
a explosão de uma cor
a fragrância de um olhar
duas mãos que se enlaçam
ou o som impossível de um violino
tangido por solitário ancião
entre dois batuques perdido
Agradece esses momentos
pormenores infinitamente grandes
perdidos na grande praça
da babilónica Marraquexe
onde a multiplicidade de gentes
cheiros e
acontecimentos
sons e expedientes
coexistem
Sente o silêncio interior
a beleza de um acorde
a consciência do Ser
E tu algures entre espaços
eternamente atentadamente
observadamente
em direcção ao interior
o espelho e o seu reflexo
uma só existência
naquele caos aparente
Há momentos assim, em que somos surpreendidos pela alegria de viver. Tanto maior o espanto, quanto mais insólito se nos apresenta o contexto. E quase damos graças por esse sentimento intenso.
ResponderEliminarA diferença recentra-nos.
ResponderEliminarBela captação da beleza frenética daquela bela Praça e belo poema.
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