Ruínas de uma casa de pedra
Pedras soltas
pedrinhas entre as pedras
musgos sobre as pedras
recordações de brincadeiras
nas escadas de pedras
segredos escondidos
dentro das pedras
sonhos
ainda guardados nas pedras
ruínas de uma casa de pedra
As pedras respiram segredos. Assistem à insana vida animada. Abrem pequenas brechas por séculos de desgosto. Despenham-se e estrondam de solidão remoída. E são poeira que o tempo arrasta, ternura em pequenos quadrados que se atiram no jogo da macaca ou seixos de nada atirados ao ar nas cinco pedrinhas. De pedra se fez a casa e a prisão, o muro que desune e o rebordo do poço que dessedenta. Submersas, são reino de mistério, poiso de algas e esconderijo de peixes multicores. Pedras são renda de bilros nas capelas imperfeitas da vida; sedimento milenar nascido gota a gota, festa dos nossos olhos recentes.
ResponderEliminarAs pedras acompanham sem voz os gemidos dos homens que esbracejam e as suas alegrias breves. E são gentis e velam.
BFS, Alda:)
Que poema lindo e que prosa tão bonita e poética a do comentário que aqui encontrei. As ruínas de uma casa de pedra, levam-me à infância e trazem-me recordações boas, mas tristes. E apetece-me brincar com Vamos lá a pôr uma pedra no assunto; Não tenho pedra no sapato, mas são memórias de pedra e cal. Pedra sobre pedra. Sempre com quatro pedras na mão? Não. Quero dormir como uma pedra....
ResponderEliminarRecordações que podem ser lembradas caso se tenha vivido numa casa de pedra ou não.
ResponderEliminarMas haverá sempre recordações da nossa infância em qualquer circunstancia sejam elas boas ou más.