Ilusões


O que resta do que vemos
lemos  ouvimos  gostamos
são fragmentos
cruzamento de olhares
pressentimentos

ecos doutros lugares
de vários tempos

Incapazes de apreender o real
costuramos no momento
vislumbrados fragmentos
quebrados   inconsistentes
nostálgicas ilusões da mente

Somos breve aragem
esfumada lente
deformada conta de vidro
caleidoscópica corrente
de indecifrável sentido

uma paisagem criada ou recriada
a ninguém pertence


Comentários

  1. Ainda não sei bem o que é o real. Sei que há várias realidades. Caleidoscópicas. E que vivemos delas e com elas.
    BFS

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  2. Pertence-nos, no momento fugaz em que a criamos, mesmo com toda a inconsistência, de modo fragmentário. Ainda bem que costuramos ilusões e alindamos a mente com elas. O peso da realidade afundar-nos-ia, se assim não fosse. Gosto das imagens do teu poema. Gosto da conta de vidro caleidoscópica. Imagino-a parte de um colar de ilusões a alindar o olhar de quem o põe.

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