O que seres como gatos nos ensinam

O estar sempre à chegada e à partida 
A alegria de caçar um rato 
e nos fazer dele presente
O prazer da comida
O relaxamento distendido
As  lambedelas como carícias
A resiliência
O sofrimento silencioso
A morte como simples passagem 
sem alarido
um miado somente
um olhar terno onde cabe a despedida

A sua presença está na ausência
que nos recorda a existência

Surgiu num vaso de flores
pedindo ternura insistentement
Corria e subia às árvores
desesperadamente
Agora jaz num campo imenso
que o seu corpo alimenta
onde o espírito paira
fazendo brotar outras vidas

Comentários

  1. A vida é um eterno vai-vem. Tudo se renova e transforma. Tenho dos gatos - especialmente das gatas - memória doce. São ternos, sossegados e têm olhos de botão de punho. Admiro-lhes a elegância de movimentos e certo desprendimento enigmático a que muita gente chama independência.

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  2. Tens saudades de um ser que te deu ensinamentos. Prestas-lhe homenagem com um poema bonito e ternurento. Quem me dera saber escrever coisas assim bonitas sobre os seres que já partiram e muito me ensinaram.

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