Contas do meu tempo


Tenho perdido o meu tempo
como se não se esgotasse
como se dum infinito fio
se tratasse

Perco-me em minudências
em caminhos vários
e em pensamentos
sem rumo certo

Perco-me nas tarefas diárias
e nas extraordinárias
nos caminhos certos
e no desacerto dos contrários

Perco-me em labirintos
de saída incerta
e em caminhos abertos  
de rumos infinitos

Perco-me na floresta
e no deserto
e no emaranhamento
do Universo

Quem me dera a sabedoria
para encontrar o caminho certo
nas noites e nos dias
do meu tempo incerto

Comentários

  1. E está tão bonito este poema tão verdadeiro! A poeta despede-se de 2019 com garra.

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  2. Sempre a surpreender com pensamentos,provavelmente comuns a algumas pessoas, mas bem definidos,mostrando quão difícil se torna escolher ou tomar o caminho certo.

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  3. Quantos de nós não partilham este sentimento de perda de tempo! Agora, saber dizê-lo assim, de forma poética, é que não é para todos... Talvez nos escape a noção de finitude. Não pensamos que o nosso tempo vai acabar. E ainda bem. Para não nos atormentar-mos com a angústia. Perder tempo deve ser uma característica natural dos humanos, pois raramente nos vangloriamos de o ganhar.

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