Para além do visível *
Há momentos em que o transcendente
se abeira de mim
e numa brecha do tempo
deixa entrever o outro lado do espelho
como um relâmpago que risca o céu cinzento
e promete iluminar
o que está para além dos confins do
entendimento
Tento desesperadamente agarrar esse momento
clarificá-lo conhecê-lo
defini-lo isolá-lo
mas as sombras adensam-se
e o momento eterno
desaparece no mesmo momento
em que tento agarrá-lo
*Do meu livro “Sopros de Alma”, 2011, Editorial Minerva
A gente pensa em estender a mão, mas quando a estende já o eterno se afastou. E, por uma fracção de segundo, fomos próximos. Sabes, ter essa momentânea percepção de infinito já é sorte. Quanta navegação sem um vislumbre.
ResponderEliminarFiquemos então deste lado do espelho a aproveitar a vida - esta passagem - enquanto dura. Claro que é da natureza humana querer sempre mais, mas viver intensamente o visível já é muito bom.
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