As confluências da vida





Não resisti ao apelo do rio
e saí

uma multidão de flamingos
aguardava-me
dançando placidamente
em busca de alimento
num cenário de êxtase
(nas confluências
da nossa mera existência)

um ballet sublime
na música da natureza imerso
como uma abertura triunfal
de uma ópera da Primavera
inaugurando uma nova era

a natureza no seu esplendor
a desenrolar-se a preceito
sem preconceitos nem pudor
palpitando de alegria
na harmonia das coisas a nascer

Era só abrir os olhos e ver

Indiferente ao tumulto
instalado no coração dos homens
por uma pandemia sem memória
a Primavera vem acalmar a nossa ânsia
e devolver-nos a esperança
(contando uma outra história)

convidando a humanidade
sobre os escombros da dor
a renascer e recomeçar
reacendendo nos corações
o que abrigam de melhor


Comentários

  1. Lindo poema:
    convida-nos a olhar o rio os flamingos (a natureza) e a reflectir e aprender com eles dançar ouvindo a musica da natureza e assim dar-mos as mãos para a reconstrução dum mundo melhor.
    parabéns
    beijinho

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  2. Ora aí está, chegou a era das boas fotos:)

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  3. Gostei. Harmonia, equilíbrio das palavras, beleza, sempre a puxar-nos para a nossa essência.

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  4. A beleza salva-nos. Ainda bem que sabes descrever e comentar tão poeticamente estes encontros tão belos e salvíficos. E a fotografia atesta a veracidade do poema. Lindo!

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  5. Esta paisagem tão conhecida por mim. Já a vi muitas vezes especialmente no verão que a torna mais encantadora, para a complementar:os flamingos que acrescenta ainda mais beleza e vida.E assim vamos desfrutando um passeio encantador até à Torre.Talvez a Primavera nos devolva a esperança de a ver mais vezes se a pandemia terminar..
    Alberto

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