O medo à solta

Foto: Alda Carvalho







Não podemos deixar o medo à solta
Não podemos  Não podemos

Que o medo nos proteja
mas que não seja
uma indestrutível amarra
que nos agarra e destrói

Que o medo não nos estorve
que o medo não nos aparte
que o medo não nos reduza
a um enovelado sossego
mas nos transforme e conduza
a algo maior que nós

Que a esperança da nossa voz
e a solidariedade em força
ganhe a fúria de uma onda
a cavalgar todos nós

Que o medo
não alimente a indiferença
que o medo não nos vença


Comentários


  1. Lindo Poema, gosto muito

    Não Não
    O medo nunca nos pode vencer, temos que criar uma onda de Fúria que enovele o medo e o encarcere numa caixa fechada a sete chaves, até que chegue um raio de Luz que o dissolva e transforme num sol radiante que transborda do nosso coração.beijinho

    ResponderEliminar
  2. Não sei se é o medo que nos enovela a todos. Mas o cumprir, cumprir, manda mesmo que nos enovelemos, ainda que sem medo. E me parece que o teu poema luta contra um estado de espírito; talvez este

    "Cortaram os trigos. Agora
    A minha solidão vê-se melhor"

    Sophia, O Nome das Coisas

    ResponderEliminar
  3. Gostei...profundo,cada palavra a chamar-nos à reflexão, a lembrar-nos aquilo que se calhar já intuímos mas que nunca é demais lembrar. Obrigada pela partilha

    ResponderEliminar
  4. Antes de abrir o computador pensei o que a Alda iria escrever:o acontecimento actual.Não me enganei.
    O medo à solta é o que a maior parte das sentem,mas a esperança é a ultima a morrer.
    Enquanto houver vida teremos a esperança que esta catástrofe desapareça e não nos intimide mais.Oxalá a situação normalize o mais rápido possível e que esta realidade não passe de um sonho terrível.
    Alberto

    ResponderEliminar
  5. En estos momentos de incertidumbre que está viviendo la humanidad ,siento tu poema como una
    brisa fresca de esperanza en medio del miedo. Una oración, un ruego ;que el miedo, como arma de
    defensa, saque lo mejor y no lo peor de cada persona . Si todos estamos unidos venceremos.
    Me encanta como has expresado esa gran idea con esas bonitas y claras palabras .¡Gracias por el
    placer de poder leerlas !

    ResponderEliminar
  6. Que o medo nos proteja, sim. E não nos faça definhar. Gosto do teu poema e do teu apelo. Mas "a morte saiu - e sai - à rua num dia assim"... temos que a temer e fugir dela!

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Caminhar

O QUE ME INSPIRA *

Entre o sonho e a realidade