A existência
![]() |
Foto: Alda Carvalho |
olho
para trás e interrogo
a minha
existência
que
pegadas duráveis deixei
que
rostos amei
que
batalhas travei
ganhei
ou perdi
que
fagulha de mim
iluminou
por momentos alguém
em que
tormentos ou dores
me
consumi
que
quotidianos transformei
ou me
transformaram a mim
existência
o que
tenho eu feito de ti
Suponho que não saibas a maior parte do que verdadeiramente fizeste. O que deixamos nos outros é tão outro do que pensamos que não podemos fazer ideia ainda que pálida. Portanto, acho preferível a voz do poeta "sê todo em cada coisa/ põe quanto és no mínimo que fazes". É um ideal, bem sei. Mas persegui-lo é a nossa sina, um humano destino que nos foi reservado. E talvez baste tentar. Com a certeza de não conseguir. Mas continuar tentando. Até ao fim.
ResponderEliminarBFS:)
Que poema tão subtil e tão bonito. Deixas pégada no coração de quem te conhece, quem duvida? Na fotografia vejo um tronco forte, ereto, ladeado de vegetação fresca, uma hera verdejante e flores brancas delicadas. Curioso auto-retrato. Diria que a própria árvore é um carvalho.
ResponderEliminarÉ sempre um prazer ler todas as semanas o seu blog.
ResponderEliminarMomento certo para fazer um balanço da sua existência.
Bonito poema com palavras tão belas e certas,que diria também "arte de escrever"
Boa interrogação, tempo de balanço, chapéu que dá para todas as cabeças, aplicação universal.
ResponderEliminarLindo !