A existência

Foto: Alda Carvalho







olho para trás e interrogo
a minha existência

que pegadas duráveis deixei
que rostos amei
que batalhas travei
ganhei ou perdi

que fagulha de mim
iluminou por momentos alguém
em que tormentos ou dores
me consumi
que quotidianos transformei
ou me transformaram a mim

existência
o que tenho eu feito de ti



Comentários

  1. Suponho que não saibas a maior parte do que verdadeiramente fizeste. O que deixamos nos outros é tão outro do que pensamos que não podemos fazer ideia ainda que pálida. Portanto, acho preferível a voz do poeta "sê todo em cada coisa/ põe quanto és no mínimo que fazes". É um ideal, bem sei. Mas persegui-lo é a nossa sina, um humano destino que nos foi reservado. E talvez baste tentar. Com a certeza de não conseguir. Mas continuar tentando. Até ao fim.
    BFS:)

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  2. Que poema tão subtil e tão bonito. Deixas pégada no coração de quem te conhece, quem duvida? Na fotografia vejo um tronco forte, ereto, ladeado de vegetação fresca, uma hera verdejante e flores brancas delicadas. Curioso auto-retrato. Diria que a própria árvore é um carvalho.

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  3. É sempre um prazer ler todas as semanas o seu blog.
    Momento certo para fazer um balanço da sua existência.
    Bonito poema com palavras tão belas e certas,que diria também "arte de escrever"

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  4. Boa interrogação, tempo de balanço, chapéu que dá para todas as cabeças, aplicação universal.
    Lindo !

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