Não adianta negar
Não
adianta negar
estamos
suspensos num intervalo de tempo
entre
o passado a que desejamos voltar
e
um futuro que não ousamos imaginar
Neste
mar de incertezas
todas
as possibilidades podem navegar
Não
adianta negar
descobrimo-nos frágeis
vulneráveis
mais
do que sabíamos e queríamos
só
numa caminhada que envolva todos os seres
poderemos
sobreviver
perante
outros vírus e outros perigos
que
os amanhãs anunciam
Que
estamos todos ligados já não é segredo
mas
sentimo-nos sós e temos medo
Não
adianta negar
é urgente inventar novas palavras
refazer certos conceitos
acabar com os
preconceitos
destruir falsos mitos
ouvir todos os gritos
encarar novas
perspectivas
inventar outras medidas
mudar
o mundo e a vida
E
não pode ser só a razão a comandar
a
voz do coração tem que ecoar
É
urgente não quebrar
É urgente não desesperar, mas é difícil "esperançar". O amanhã verdejante e radioso está para lá das grades que nos cerceiam a liberdade - como na tua foto.
ResponderEliminarSentimo-nos perdidos e com medo. E é como se as palavras de encorajamento estivessem alicerçadas em areia movediças. Mas o teu poema é bonito.
O homem é sempre homem até ao fim. Os ideais estão lá, sempre mais além, mas é na realidade que vive. E até os que se orientam por eles esbracejam no mar do humano.
ResponderEliminarBFS
No momento certo este poema acaba por nos alertar para a realidade.
ResponderEliminarÉ urgente inventar estratégias para nos livrar deste pesadelo,mas o caminho parece ser longo e não sabemos se chegaremos até ao fim,se bem que este já esteja traçado desde o dia em que nascemos.