Penas
Foto: Alda Carvalho
O que faço
aqui
quem sou
que erros
cometi
que bem ou
mal fiz
espero desespero
Estou
sempre a partir
para algum
lugar
o Universo
chama-me
e eu vou
sempre a
resistir ao aqui
Esperar
não é o meu
modo de estar
o meu verbo
é voar
espero desespero
Uma pena
branca
agita-se a
meus pés
de que
pássaro
ou será
apenas
pena de mim
que penas
não quero
Esperar não é teu modo de estar. Nem és mulher para desesperar ou ficar pela pena. Voar é, de facto, o teu género de atitude face à vida. E isso faz de ti uma pessoa com asas, muito especial. E um bichinho curioso e questionador que filosofa em verso - e atinge estilo camoniano na estrofe final! Bela pena.
ResponderEliminarQuem nasce com asas tem de voar, né? (não sendo galinha). Ora, pelo colorido, tu és um beija flor, ok? E não te zangue a comparação, tu tens bico de lacre - um biquinho vermelho e muito querido do passarito do mesmo nome - e não o abelhudo apêndice do beija flor. Portanto, o vôo faz o teu ser; e perde poucas penas, que isso de perder penas também não é muito bom, embora às vezes seja necessário. E portanto, que eu autorize, só podes perder as que sejam como a da foto e em pouca quantidade, que as outras é melhor que te não cheguem, sempre escusas de gastar tempo a perdê-las.
ResponderEliminarMas nem todo o bicho é ave, o que me parece lindamente porque o mundo cheio de aves ficava talvez um bocadinho como o filme "os pássaros" do Hitch e depois, ainda havia muita bicada e assim, mas sem cabines telefónicas que as aves não precisam, como é evidente.
E há até uma história em que é o gato que ensina a gaivota a voar; desconfio que essa gaivota nasceu avariada. Coisa mais bonita aquela amizade.
Que palavras tão bonitas e que bela maneira de descrever emoções.
ResponderEliminarSe repararmos no que diz a poesia é esta a realidade em que estamos inseridos.
Assim vale a pena fazer poesia, porque além de concordarmos há uma satisfação interior que nos conforta.