Glicínea
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Foto: Alda Carvalho |
Cada pingente pendente
numa cascata fremente
balança suavemente
ao ritmo da brisa
ou do pousar do zangão
espalhando no ar seu perfume
e pétalas lilás pelo chão
A glicínea crescente
com seus pingentes pendentes
big bang em expansão
enlaça qualquer obstáculo
que se avizinhe e a aconchegue
seja árvore parede ou pináculo
ou telhado simplesmente
seu tronco recurvado e retorcido
flexibilidade de liana tentadora
desfaz-se em múltiplos abraços
esparramando-se pelo espaço
com seus pingentes pendentes
a espreitar por todo o lado
É pena que a sua lilás beleza
de pingentes pendentes
e cascatas frementes
seja tão efémera
um breve mês de primavera
Está linda a tua foto da glicínia, a única planta que eu ainda gostava de ter. Hei-de comprar uma para pôr não sei onde. E o poema a diz para a eternidade. Que floresça durante um mês é já benesse do mistério de que comungam todas as coisas.
ResponderEliminarÉ tão linda e maviosa! Porquê exigir mais? Talvez por ser tão fugaz a sua vida ela te tenha segredado o seu desejo de lhe fazeres um poema saltitante, fremente a exaltar a sua beleza.
ResponderEliminarConseguir descrever tão bem as Glicínias realçando todos os pormenores seja pelo tempo, seja pelo aspeto ou pelo rasto deixado no chão é admirável.
ResponderEliminarRealmente a Primavera é diferente do resto das estações do ano.
Que alegria, que luminosidade é apresentada, fazendo esquecer aqueles dias tristes de Inverno e chuva, também as árvores se vestem, deixando ver o verde das suas folhas embora por breves meses, voltando tudo a ser repetido até ao fim das nossas vidas.
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