Hino à Liberdade

Aguarela: Alda Carvalho

 



 

Liberdade  Liberdade

quantas vezes deserdados

maltratados  perseguidos

por jugos repetidos

que gritos em vão

por ti soltámos

 

Liberdade  Liberdade

teu nome vilipendiado

oculto  disfarçado

por todo o lado

debaixo da escravidão

 soterrado


por séculos

te procurámos

por ti sofremos

por ti gritámos

por ti morremos

por ti nos conformámos

 

das funduras do tempo

depois do desencanto  

a chama escondida

quase sempre irrompe

em cascatas sucessivas

renovando o seu canto

 

Liberdade  Liberdade

 


Comentários

  1. Bela poesia,vale a pena lê-la mais que uma vez.
    Palavras bem escolhidas para definir Liberdade.
    Por vezes sentimos a ilusão porque esperava-mos mais,mas o desencanto prevalece.
    Palavras cheias de força e encanto.

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  2. Somos filhos dessa madrugada de abril em que a Liberdade irrompeu.
    O dia inicial foi de enlevo e contentamento, "inteiro e limpo".
    Hoje, como ontem, alguns de nós são mais livres que outros. Mas como na tua aguarela, ainda temos o azul dos corpos e o vermelho esbatido das papoilas. E a liberdade esvoaça por aí.
    Longa vida ao 25 de abril. Obrigada pelo teu poema

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  3. Lindíssimo poema e aguarela que se interligam perfeitamente. Muitas cores, que me fazem refletir na Liberdade que o Grito da Humanidade já conseguiu e, o que ainda tem que continuar a Gritar, não só para continuar a Gritar para manter a já conseguida, como também para que Ela chegue a toda a Humanidade.
    Acho que estamos todos «ligados em rede?....». Assim vamos todos continuar a gritar Liberdade, para que o grito se propague por todo o planeta e Sim conseguiremos realizar o nosso Sonho Liberdade.
    Parabéns poeta e pintora.

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  4. Bela aguarela e profundo poema ! A Liberdade, com os seus justos limites, vale sempre a pena. Mas a seara é grande e os ceifeiros não são muitos.

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