Tão ao longe
Foto: Alda Carvalho
o gemer do vento nos pinheirais
transportando melodias ancestrais
tão ao longe
um penedo por musgo coroado
macio miradouro distraído
tão ao longe
as lagartixas airosamente esquivas
ao menor ruído pressentido
tão ao longe
uma cascata em sereno tumulto
no dorido silêncio da montanha
tão ao longe
as casas subindo a encosta
suspensa magia na neblina
tão ao longe
um comboio que apita
na curva do tempo perdida
tão ao longe
tão ao longe
mas fazendo ainda
parte da vida
Tempos tão ao longe de nós, mas é beleza que nos toca de modo tão profundo e tão de perto.
ResponderEliminarÉ a alegria que nos faz viver e estas paragens são salvíficas. Que elegia tão bonita. E a foto é um deleite. Obrigada.
Tão ao longe e tão perto...dentro de nós
ResponderEliminarExtraordinária foto de um decerto extraordinário lugar. É a vida a irromper, como num princípio de mundo. E as palavras. Sempre o introito das palavras a preencher espaços e entrelaçar ideias. O que seria de nós sem elas.
ResponderEliminarBelo poema e significativa fotografia. Tão ao longe e tão perto voa o nosso pensamento, pousando nas coisas mais singelas e libertando-nos do labirinto das ideias feitas.
ResponderEliminar