Árvore de rubro vestida*

Foto: Alda Carvalho




Neste presídio em que me vejo 

assomo à varanda

de poluição e cansaço exaurida

 

No meio dos destroços 

há uma árvore que me saúda 

com suas vestes rubras

ela brilha garrida

 

não tem folhas   só flores

não se queixa

daquilo que eu me queixo

é simplesmente

explosão de cor e vida


                                                                         

                                                                                                   *Poemas da prisão (confinamento absoluto por contacto de alto risco)

Comentários

  1. Como eu gosto destes teus poemas, breves suspiros de poeta. São lindos.

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  2. São as pequenas coisas, que muitos nem veem, que dão cor à vida. O segredo está no saber olhar e valorizar, o que não é aprendizagem fácil. Mas tu és uma mulher sábia! E a árvore, espetadinha madeirense de flores, é linda.

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