Confinamento*
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Foto: Alda Carvalho |
Quando a vida
parece um caos
após um qualquer furacão
labaredas de
raiva e de cansaço
rubras como
o fogo
distorcem a razão
Não adianta
esbracejar
em águas
turbulentas
onde cresce o risco de afundar
Só a
aceitação e a calma
desfazem as
tormentas
O que fazer
daqui em diante
senão pensar
no que mudar
porque o
porquê dum instante
se perde no seguinte instante
e cada
instante é lugar
Preciso de um
verso
para me
iluminar
*Poemas da prisão (confinamento absoluto por contacto de alto risco)
É uma voz amordaçada e que, ainda assim, canta. Ou será um canto que tenteia a esperança, mão luminosa acendendo a escuridão.
ResponderEliminarÉ isso mesmo ! Procurarmos no fundo de nós próprios a força e a poesia para virmos à tona
ResponderEliminarda água.
Parece que conseguiste a iluminação, nessa circularidade em remoinho que essa linda foto tão bem ilustra. E já passou. Embora a memória não se apague, vai adocicando a amargura desses dias.
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