Esta palmeira que me roça o rosto*

 

Foto: Alda Carvalho





Esta palmeira que me roça o rosto

alteia-se desde o chão

em haste esguia e comprida 

de três andares de altura

 

Suas folhas ainda enleadas 

abrem-se em terna dádiva 

e formam uma leve cortina

contra a poluição 

 

São estes breves detalhes

que destacamos na vida

que à vida conferem gosto

neste quarto de prisão 

 

E sinto-me agradecida

a esta singela palmeira

por este afago ligeiro

que me toca o coração

 

                                                                        *Poemas da prisão (confinamento absoluto por contacto de alto risco)
                                                                                     

Comentários

  1. É um esguio anjo vestido de verde que te adocica o fel desses dias. E o teu poema transmite bem o agradecimento por esse afago. Transmite bem a proximidade desse ser vivo e a emoção que te causa esse vosso relacionamento.

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