O sentido da vida

 

Foto :Alda Carvalho




Subimos e descemos a montanha

vezes sem fim

desaguamos em mares

somos marés

 

em círculos concêntricos

ou tímidas espirais

ora rasgando as vestes

em rochosas saliências

ora batendo as asas

em animadas fremências

traçamos caminhos

e construímos quimeras

 

sozinhos ou acompanhados

levados seremos

 e perceberemos 

que não somos totalmente

da nossa vida  soberanos

somente do sentido que lhe damos

Comentários

  1. Tarefa que não é fácil: saber dar sentido à vida. Se a evolução for em espiral, parece mais fácil. Quando os círculos são concêntricos, o desalento se instala e o voo mal plana, então a queda livre pode ameaçar-nos. Há que lutar por manter alto o voo e dar sentido à vida, mesmo que por vezes rocemos as asas pelas falésias. Obrigada pelo lembrete. O poema é bonito.

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  2. É um facto, mesmo parecendo, não há soberania. E, por vezes, até o sentido falece. O absurdo existe, tem dias afirmativos. Mas o teu poema é de esperança, assim vão os dias.
    Bom fim de semana.

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  3. Mas de onde vem tanta inspiração?
    Fabuloso: lindo, harmonioso, equilibrado e especifica em palavras ,geometricamente distribuidas no espaço, o que sinto e não sei dizer.

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