Só com gestos de dança

 

Foto:Alda Carvalho



Só com gestos de dança

se pode iniciar a viagem

a lucidez

a miragem

a frescura da manhã

 

Só com gestos de dança

se pode compreender a sede

a seda

a rosa

a grandeza do infinito

 

Só com gestos de dança

se pode compreender a vida

a ausência

a impermanência

a essência dos seres finitos

 

Só com gestos de dança

se pode acolher a dor

a ferida

o impossível

o invisível

 

Só com gestos de dança

se pode aceder ao amor

 




Comentários

  1. Espero bem que os gestos de dança mentais também contem, ou não atinjo nada do que importa. Mas, por exemplo, atingi que a tua poesia melhora dia a dia, estás a ficar suprema, Prosa, calma aí.
    E o que gosto de lírios - o da foto ficou bem no retrato. Tenho assim uns brancos todos artísticos e torneados e a que faço olhos estupefactos, como é que eles, sem pensar nem vontade, conseguem tal beleza; é um enigma, a natureza tem isso, é muito enigmática. E é que cheiram lindamente. Mas os amarelos - que também tenho - cheiram a plástico queimado e a lindeza fica-lhes comprometida. Os roxos - os teus e também os meus - não cheiram, são só bonitos e vibrantes, florescem assim da terra, meio apaixonados. Vai-lhes a vida na cor.
    E acabou-se a minha corda para lírios.
    Bom fim de semana

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  2. Cruzaste-te com esse ser vivente, dançante, alado, impermanente que te segredou essas verdades violáceas. E delas fizeste um lindo poema. É o que acontece a quem sabe olhar os lírios do campo.

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